Apelos Racionais a Autoridade

DIEGO CAMPOS VIEIRA

Apelos Racionais À Autoridade

Embora os apelos à autoridade possam ser falhos, é preciso reconhecer que alguns podem ser razoáveis e legítimos. Por exemplo, suponha que você tenha uma dor de dente, vai consultar o dentista e ele lhe diz que seu dente está bastante comprometido, mas ainda há possibilidade de trata-lo e obturá-lo imediatamente.

Caso exista algum motivo para questionar o parecer deste dentista, suas competências e qualificações deve-se buscar um segundo parecer. Mesmo assim, devemos creditar confiança em alguns argumentos baseados na opinião de uma autoridade, pois podem ser altamente racionais ou mesmo excelentes.

O termo “autoridade” possui dois significados, um deles é o de autoridade administrativa, que exerce o direito de comando sobre os outros, e estabelece regras por um posto de poder. O segundo significado se refere à especialidade ou perícia num domínio de conhecimento ou da técnica.

Mesmo sendo de natureza diferente, uma pessoa, em alguns casos, pode deter ou transmitir os dois tipos de autoridade. Um exemplo disso, é um médico que atesta a aptidão a um paciente à tirar carta de motorista e o mesmo chega a conclusão com base em conhecimento médico. Seu parecer, portanto, é baseado em sua autoridade cognitiva como especialista, mas é também um caso de exercício de autoridade administrativa.

Podemos cair no exagero, se confundirmos os dois significados de “autoridade” , pois assim seria falacioso ou contrário ao diálogo racional e à investigação científica.

Não é necessário sempre desconfiar da palavra de uma autoridade como falaciosa, desde que seja considerado apenas um meio de complemento à investigação experimental, nos casos de uma decisão imediata e nos quais uma investigação experimental não é possível nem prática.

Um exemplo