UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA Aluna: Isadora de Albuquerque de Azevedo APARÊNCIA X REALIDADE Bertrand Russell, no primeiro capítulo do seu livro, “Problemas da Filosofia” trabalhará seus argumentos em cima do conhecimento aparente e do conhecimento real. Digamos que esse é um dos problemas que acompanha a história da Filosofia desde o seu início, lá com os pré-socráticos. A questão é colocada pela primeira vez por Parmênides, para quem o caminho da verdade é o caminho da razão ao passo que o caminho do erro é o caminho dos sentidos. No primeiro momento, Russell começa questionando se existiria, de fato, algum conhecimento que não fosse passível de dúvidas, pois, quando passamos a analisar de modo aprofundado o que tínhamos como certo, encontramos várias contradições presentes. Russell propõe que o que acreditamos como real é a descrição de uma forma que não corresponde ao objeto observado. Isto porque há uma lacuna no que percebemos a partir dos sentidos e a sensação que esse objeto nos propõe, ou seja, tomamos por realidade o que seria aparência. Nos habituamos então, a descrever a forma como real e o fazemos isso tão normalmente que esta afirmação pode vir a ser tomada como verdade absoluta. Russell fala que na busca da certeza das coisas é natural começarmos pelas nossas experiências, mas, para termos cuidados com formulações de proposições baseadas nelas, pois na maioria das vezes podemos ser induzidos a erro. Para exemplificar seus argumentos, ele usará uma mesa. Em uma análise minuciosa da mesa, perceberá que a sua textura, cor e formato não serão unânimes e dependerão de quem as observa. Por exemplo, se estou posicionada em um lado da mesa que incide a luz forte do sol, terei uma percepção diferente da mesa em