Análise
DEIXE-ME VIVER
AUTORA DO FILME: Karyne Rios (2002)
TÍTULO ORIGINAL: White Oleander
BIBLIOGRAFIA BASE: A Adolescência (Contardo Calligares) e O adolescente e o outro (Sonia Alberti)
INTRODUÇÃO
O filme relata a história de uma família, mãe e filha (vivenciadas pelas personagens Ingrid Magnussen e Astrid, respectivamente), marcada por segredos e traumas que refletem muitos obstáculos no desenvolvimento do processo de adolescência da filha e estabelecimento do mesmo frente à sua mãe. A família, inicialmente bem estruturada financeira, social e culturalmente é então atravessada em sua história por um crime, cujo desfecho acaba por trazer a tona trechos da trama escondidos no passado da jovem adolescente cujos afetos influenciariam toda a sua história. A puberdade da jovem é marcada pelo envolvimento de sua mãe em um crime onde a mesma mata seu próprio namorado envenenado, seguindo-se sua condenação à prisão perpétua. Nesse contexto a filha, sobre custódia do governo, é levada de um lado para o outro, passando por lares e abrigos temporários, e vivenciando experiências constantes de luto e desamparo. Confrontada com sua própria estrutura emocional, carente de recursos simbólicos que a lançassem diante do real de forma estruturante, e, frente a necessidade da ruptura com a alienação que a remetia para o ideal da mãe, o desamparo da incerteza foi vivenciado e encarado pela jovem, que teve que se deslocar da posição de objeto de desejo narciso de sua mãe, até então idolatrada, em meio a esse cenário. A trama contempla etapas que marcam de forma profunda a vida dos personagens envolvidos na história dessa família.
DESENVOLVIMENTO
A partir da leitura proposta muitos pontos podem ser destacados na análise do filme tendo-se como referência os textos base, contudo, com a finalidade de uma maior objetividade, alguns pontos servirão de “ancora” para algumas abordagens na análise do filme. Sendo estes: estrutura emocional da mãe,