análise
O amor não tem importância. (sentimentos substituidos por indiferença)
No tempo de você, criança, (o poema é dirigido a uma criança recem nascida e ele fala dos horrores que a esperarão, desde o berço ja sabe-se o que tera que enfrentar, como se o futuro dela ja estivesse determinado) uma simples gota de oleo provará o mundo por inoculação, e o espasmo
(longo demais para ser feliz) não mais dissolverá as nossas carnes. (mundo artificial)
Mas também a carne não tem importância.
E doer, gozar, o próprio cântico afinal é indiferente.
Quinhentos mil chineses mortos, trezentos corpos de namorados sobre a via férrea e o trem que passa, como um discurso, irreparável: tudo acontece, menina e não é importante, menina e nada fica nos teus olhos. (trata do sentimento, do amor e até mesmo do sexo como coisas indiferentes, que não são mais necessários)
Também a vida é sem importância.
Os homens não me repetem nem me prolongo até eles. (frieza na relação entre as pessoas)
A vida é tênue, tênue. (mostra a vida como sendo algo pequeno e fragil)
O grito mais alto ainda é suspiro, os oceanos calaram-se há muito. (as pessoas não se solidarizam mais)
Em tua boca, menina ficou o gosto de leite? ficará o gosto de álcool?
Os beijos não são importantes.
No teu tempo nem haverá beijos.
Os lábios serão metálicos, civil, e mais nada, será o amor (com o amor sem ter nenhuma importância, o beijo se torna coisa do passado) dos indivíduos perdidos na massa e só uma estrela guardará o reflexo do mundo esvaído (Visão entristecida do mundo que nos cerca e também do mundo que a criança terá que enfrentar)
(aliás sem importância).