ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DAS MUDANÇAS ESTRUTURAIS DO REGIME MILITAR

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DAS MUDANÇAS ESTRUTURAIS DO
REGIME MILITAR
Airan Vescovi1
INTRODUÇÃO
A Ditadura Militar, período que vai de 1964 a 1985 da política brasileira em que os militares governaram o Brasil, caracterizou-se pela supressão de direitos constitucionais, censura, perseguição política e repressão aos que eram contra o regime militar e teve uma diretriz nacionalista, desenvolvimentista e de oposição ao comunismo.
Quando ainda na democracia, Juscelino Kubitschek (JK) foi eleito Presidente da República no final de 1955 e apresentou o Plano de Metas, cujo lema era “cinqüenta anos em cinco”
(50 de progresso em 05 de realizações) e que consistia no investimento em áreas prioritárias para o desenvolvimento econômico, principalmente, infra-estrutura e indústria.
Esta política desenvolvimentista apresentou pontos positivos de crescimento econômico acelerado, como também negativos, inclusive um alto endividamento público. Segundo Leite
Junior, este desconserto financeiro do setor público acabou sendo um dos principais responsáveis pela crise econômica que o país viveu durante os governos de Jânio e João
Goulart, que culminou com o golpe militar de 1964, sabendo-se que são vários os motivos de ordem econômica e política que conjuntamente explicam o movimento. Com o golpe, realçaram-se fortemente os níveis de desigualdade, de pobreza no país e de tradições antidemocráticas. Além da financeirização da economia, restaram heranças das quais podemos citar a concentração de propriedade e renda, a lei de anistia, a constituição congressual, o monopólio dos meios de comunicação e a privatização do ensino superior.
O regime militar brasileiro durou mais de 20 anos. No dia 1 de Abril de 1964, o governo de
João Goulart (após renúncia do presidente Jânio Quadros) foi deposto e o regime militar teve início alguns dias depois tendo como presidentes Castello Branco, Costa e Silva,
Médici, Geisel e Figueiredo que foi o último deste período que se encerrou