Análise: A Onda
Uma ideologia nos rege, nos integra, nos move. Poderia então uma ideologia nos destruir?
Em "A Onda", filme alemão baseado em uma experiência verídica realizada nos Estados Unidos e no livro do escritor Todd Strasser, um professor frustrado com ideais rebeldes se vê obrigado a dar aulas de autocracia, durante uma semana, para uma turma dispersa e com pessoas pertencentes a diversas tribos urbanas.
Após uma discussão sobre as bases do nazismo e o que levou os alemães a aceitarem o modelo ditatorial, os alunos afirmam que um novo governo totalitário seria impossível. O professor resolve então implementar algumas medidas para melhorar o desempenho e aumentar o interesse de sua classe.
No começo, coisas simples. Tratá-lo por senhor Wenger, levantar-se ao falar, manter a postura. Depois um uniforme, uma saudação de respeito, um blog. Porém a brincadeira acaba saindo de controle quando os alunos assumem "A Onda" como mais que um grupo e sim uma filosofia de vida, uma família, promovendo uma represália aos discordantes e opositores. Sem que ao menos se deem conta, os integrantes do movimento vão perdendo suas consciências individuais e suas próprias concepções de certo ou errado.
Quando o professor e líder do movimento se dá conta que seu "exército" está fora controle, tenta acabar com grupo em uma reunião. Mas, é tarde demais.
A Onda foi um objeto de manipulação com alto grau de sucesso. Aproveitando-se da fragilidade das pessoas, ela propagou valores fascistas enquanto dizia que a união era poder, e integrou ao mesmo tempo em que excluía. Uma ideologia de massa, onde a real filosofia era não pensar, apenas obedecer, como os soldados no nazismo, que executaram as ordens de dizimar os que não eram da raça ariana. Alienados com uma falsa c do que era o certo, do que era a resposta.
O filme ainda nos permite fazer uma ligação com a realidade da população brasileira. Partindo do princípio de que um regime totalitário como o nazi-fascismo é um instrumento