Análise a nível dissertativo sobre “1,99 – O Supermercado que Vende Palavras”
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O filme 1,99, de Marcelo Masagão, é uma crítica cinematográfica ao consumismo, cuja narrativa se constrói em torno do âmbito conceitual, e está diretamente ligado ao discurso publicitário e seu claro interesse em conquistar a atenção do consumidor. A narrativa também tem testreita relação com a conceituação de Marx ao fetichismo, que é também responsável pela manipulação do consumidor passivo através de uma alienação ditada pelo processo de industrialização cultural. Tal indústria foi responsável por criar padrões sociais, éticos e estéticos através da subjetividade, e sutilmente colocou no indivíduo a necessidade de satisfação, e assim, o indivíduo busca satisfação em tudo que faz. Marx entende como necessidade algo que seja útil, já o fetichismo está atrelado ao valor que o capitalismo dá as mercadorias através da alienação e sedução. Porém este valor não está ligado aos investimentos utilizados na produção das mercadorias, mas sim aos valores subjetivos, onde apenas o desejo de obter tal mercadoria já é suficiente para adquiri-la. O filme mostra um supermercado, e os produtos nele vendidos são na verdade palavras que definem e/ou conceituam a posição que os produtos tomam na vida das pessoas. São basicamente slogans, que foram colocados ali pra demonstrar que ao adquirir um produto, ele nunca é somente um produto, mas a promessa que vem com ele. Dentro desse supermercado há toda uma sociedade, como representação física de que a sociedade do consumo em que estamos inseridos é puramente o ato do consumo regendo a vida de cada indivíduo. A compactação dessa sociedade demonstrada no filme está regida pelo desejo, e as vidas ali são construídas em torno do consumo, onde em dado momento da narrativa uma história de vida completa é contada apenas através dos produtos que o indivíduo consumiu. Em toda a sequência da obra cinematográfica, o diretor mostra como o objeto toma propriedades sagradas, e como ao consumi-lo satisfazemos nossas necessidades, que