ANÁLISE SÓCIO ECÔNOMICA
Ele comprou a Varig e agora enfrenta o momento mais complicado da história da Gol, com prejuízo recorde e queda das ações. A estratégia de Constantino Junior para fazer sua empresa decolar de novo
Abril 2009 – Istoé Dinheiro
POR AMAURI SEGALLA, FOTOS CLAUDIO GATTI
CONFIANÇA: o dono da Gol virou a empresa pelo avesso e promete retomar a rota dos lucros
A OS 40 ANOS, O empresário Constantino de Oliveira Junior já fez muita coisa na vida. Aos 15, aprendeu a pilotar avião. Aos 22, foi vicecampeão da Fórmula 3 Sul-Americana, uma das categorias que precedem a Fórmula 1. Aos 32, fundou uma companhia aérea, a Gol, e revolucionou o setor com um modelo de negócios inspirado nas empresas americanas de baixo custo e serviço ágil. Na aviação, passou por quase tudo. Viu sua companhia crescer a ponto de incomodar a líder do mercado brasileiro, investiu em rotas internacionais, abriu o capital da empresa, hoje listada nas Bolsas de São Paulo e Nova York, e entrou no grupo dos homens mais ricos do mundo da revista Forbes. Em 2006, no auge do sucesso, um Boeing 737-800 da Gol caiu na selva amazônica depois de colidir com um Legacy da Embraer, matando seus 154 ocupantes. Constantino teve de ir a público dar satisfações, mas a tragédia não afetou a imagem da companhia (mais tarde, uma CPI culpou os pilotos do Legacy pelo acidente). Em 2007, aos 38 anos, comprou a Varig, a marca mais tradicional da aviação brasileira, por US$ 320 milhões. Depois de fazer fortuna no setor, Constantino vive agora um revés inédito. Dias atrás, a Gol anunciou prejuízo recorde de R$ 1,38 bilhão. Sua participação no mercado diminuiu, voos internacionais foram cancelados e as ações preferenciais da empresa despencaram 77%. "O ano de 2008 foi marcado por uma significativa transformação na Gol", diz Constantino.
"Unifica-mos a operação com a Varig, fizemos uma profunda arrumação na casa, ajustamos o que não funcionava. Não é um momento difícil que vai abalar a