Análise Sociológica Rolezinhos
Em “Um dia de Fúria”, Bill, após perder seu emprego, vai encontrar-se com sua ex-esposa Beth e sua filha, sem vontade de reconhecer que seu casamento a tempo se acabara. Forte crítica ao capitalismo, o filme mostra Bill matando quem se colocava no caminho entre ele e sua família. Do ponto de vista do observador, tal ação não faz sentido. Porém, no ponto de vista de Bill, suas ações são completamente justificáveis.
A teoria de Wright Mills² diz que o homem sente sua vida privada como uma série de armadilhas. Bill tenta se defender dessas “armadilhas” e acaba se tronando insensível em quanto ao meio, perdendo assim, sua capacidade de entender a sociedade como um todo. Por isso, mesmo indo de encontra o que a sociedade acredita ser normal, ou seja, matando pessoas e passando por cima do que ele acredita estar impedindo-o de alcançar seu objetivo, Bill ainda sente que está fazendo a coisa certa.
A insensibilidade causada pela ignorância do meio em que se vive não é exclusiva a Bill. A elite paulistana ficou incomodada quando um grupo muito grande de adolescentes de classe média baixa e baixa se juntaram em shoppings para “cata mulher, fuma uns beck ve quem nunca viu pessoalmente” ³ como cita brilhantemente Vinicius Torres Freire. Porém, a acomodada elite paulistana não compreendeu o contexto histórico que estava vivendo.
Porém o que realmente está por trás do “rolezinho” é bem mais complexo. O capitalismo baseado na ética do trabalho acabou se resumindo a simplesmente uma corrida ao acúmulo desenfreado de capital. Quem não conseguiu esse capital é visto como uma pessoa não realizada na sociedade e procura, assim, meios