Análise sobre o índio na visão de Caminha

Análise do Índio à luz da Carta de Pero Vaz de Caminha
O índio possui uma forte característica de pureza na carta de Caminha ao rei de Portugal. A forma com que o autor descreve os índios caracteriza uma visão divinamente inocentada dos originais donos das terras brasileiras.
Primeiro devemos recuperar a visão dos portugueses a respeito da pureza. O povo europeu tinha uma forte influência cristã devido à igreja. Suas regras sociais eram montadas e estruturadas segundo as crenças bíblicas. Todos nós conhecemos a origem do homem segundo a bíblia sagrada, a qual se trata do período da inocência, momento esse em que o homem (ser humano) não possuía malícia. Quando Pero Vaz de Caminha se deparou com os índios, o autor presenciou algo que nunca havia visto antes. Seres humanos coabitando com animais, vivendo perfeitamente em meio à mata selvagem além de todos estarem nus sem apresentar nenhum desconforto social devido à falta de vestimenta. Caminha deduz que os portugueses haviam chegado ao paraíso, onde pode ser encontrado um povo livre de pecado, pois viviam perfeitamente bem daquela maneira, ou seja, um comportamento muito semelhante ao de Adão e Eva no paraíso.
Devido aos contos medievais da cultura europeia, que em sua maioria tratavam-se sempre da busca pelo paraíso, Caminha que era europeu, teve essa visão errônea do recém-descoberto continente. Podemos perceber tal visão no seguinte trecho:
“Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os pousaram.”. Carta de Pero Vaz de Caminha, página dois.
Podemos perceber neste trecho outro tipo de comportamento curioso dos índios. Sua passividade. Os índios não atacaram, mas obedeceram aos visitantes estranhos que vinham do mar. Isso reforçou a ideia de Caminha, pois Adão e Eva, por serem seres sem pecado, jamais poderiam atacar ou matar algum semelhante,