Análise sobre o quilombo dos palmares
O trabalho a seguir pretende fazer uma análise do artigo de Roquinaldo Ferreira e Flávio Gomes, A Miragem da Miscigenação relacionando-o ao texto do qual trata o artigo, o trabalho de Rafael Marquese A dinâmica da escravidão. Ambos os textos propõem-se a discutir o funcionamento da escravidão na América Portuguesa durante os três séculos de existência de tal regime. Sendo o texto de Roquinaldo Ferreira e Flávio Gomes um artigo em resposta ao primeiro, contesta as conclusões obtidas por Marquese em seu trabalho. Discutindo as ideias apresentadas em A miragem da Miscigenação em oposição ao questionamento feito por Marquese em seu artigo. O artigo de Ferreira e Gomes não propõe quaisquer modelos em oposição as ideias anteriormente apresentadas, apenas contrapõe o que é dito por Marquese.
Análise
Ao iniciar seu texto Rafael Marquese propõe a seguinte pergunta “Porquê ao longo da história brasileira não houve outros quilombos das proporções de Palmares?” já sobre esse ponto, o artigo de Ferreira e Gomes pontua a maximização da importância de Palmares no trabalho de Marquese em detrimento de outras formas de resistência. A argumentação de Marquese sobre este tema encontra-se concentra-se nos seguintes aspectos: a difusão da figura do capitão do mato na sociedade daquele período e a maior delimitação no conceito de quilombo para tudo aquilo que fosse um grupo de qualquer tamanho de escravos fugidos, além desta explicação, Marquese vai além ao relacionar outros aspectos como a flexibilização da quantidade de alforrias, dadas em sua maioria á mulheres e escravos negros não-africanos. Além de abarcar outros aspectos como as relações de complexidade que se estabeleceram com a criação de uma sociedade mais cosmopolita composta por ex-escravos que passavam a desempenhar as mais diversas funções na sociedade. A complexificação das hierarquias étnicas da sociedade colonial, bem como a total falta de ação dos descendentes de africanos forros, que não tomavam