Análise sobre o documentário Lixo Extraordinário
Com o objetivo de retratar a realidade em que viviam muitos catadores de um dos maiores aterros sanitários do mundo, Jardim Gramacho, localizado na periferia do Rio de Janeiro, o trabalho realizado pelo artista plástico Vik Muniz, quebra as barreiras do preconceito, mostrando que há ser humano, criatividade e arte onde muitos pensam que não exista e ao mesmo tempo denuncia as condições precárias em que viviam aqueles trabalhadores. Vivendo a maior parte do dia em contato direto com o lixo, estando assim expostos a muitas doenças, os trabalhadores de Gramacho vivenciavam aquela situação não porque queriam mas porque precisavam. A escolha de Gramacho como cenário para o trabalho de Muniz, está relacionada com o fato dele ter nascido em uma família de classe média baixa, o que aumentou sua proximidade com aquelas pessoas e com sua realidade, além disso, o artista estava dando aquelas pessoas e suas famílias a oportunidade de serem não apenas atores coadjuvantes de seu trabalho mas atores principais de suas vidas. Muniz juntamente com os catadores de Gramacho provou que a arte está em todos os lugares, em todas as pessoas, independente de cor, raça, ocupação social ou gênero. Assim, o artista deu aos catadores de Gramacho a oportunidade de acreditarem em si mesmos e mostrarem para o mundo, que o trabalho realizado por eles diariamente tem o mesmo valor que qualquer outro tipo de atividade, que é digno e merece ser conhecido e melhor cuidado e que é possível sim, fazer arte com pessoas , e em lugares que menos se espera.
A partir da realização do trabalho, os catadores de Jardim Gramacho passaram a ter um novo olhar para a realidade do trabalho que realizavam e a realidade em que viviam. As figuras retratadas nas telas de Muniz mostram muito bem isso, cada qual com sua grandeza de significado. Pode-se citar como exemplo, o retrato da senhora, semeando o lixão e, era realmente o que ela fazia ali todos os dias, ao cozinhar para