Análise Sermão Sexagésima – Padre Antônio Vieira

O Sermão da Sexagésima escrita por Padre Antônio Viera foi um de seus sermões mais famosos, nele destaca-se a arte de pregar analisada através de metáfora. É necessário lembrar ainda que Vieira foi um jesuíta que se destacou no período barroco por sua excelente retórica, onde levava os fiéis a crer em suas expressões literárias em desfavor de movimentos como a contrarreforma e dos falsos pregadores.
A metáfora usada neste sermão é constatada através do pregar e semear. Vieira faz essa analogia, mostrando em todo o texto que a semeadura muito tem a ver com o pregar, pois dependendo de onde se semeie pode ser que surja a plantação ou não. Mas mesmo diante da não frutificação é necessário que o pregador continue a semear suas palavras por onde passe.
Nesse sentido constitui sua crítica, onde Vieira se propõe a analisar o porquê a pregação católica não mais atinge seus efeitos sobre os cristãos, e conclui que o erro essencial encontra-se nos padres, que distorcem muitas vezes as palavras bíblicas para dar respaldo às necessidades mundanas, pois os pregadores da época não se preocupavam com a palavra de Deus e sim em agradar aos homens, em fazer suas vontades. Dessa maneira o padre atribui a culpa ao pregador, que esquece seu papel fundamental de semear em todos os solos e faz isso aonde lhe for mais propício.
Cabe ainda lembrar que uma segunda crítica acentuada por Padre Vieira é quanto à utilidade do púlpito que é feita de tribuna política por uma facção de uma escola de seu tempo, os Cultistas.
Assim já se pode compreender o porquê apesar de decorrido mais de três séculos da escritura de tal sermão ele se mantém ainda admirado nos dias de hoje, isso ocorre porque Vieira consegue através de sua persuasão e retórica, muito bem acentuados, gerar frutos com sua obra e trazer críticas que ainda estão presentes na sociedade. O Padre ainda deixa em questão a discussão da codificação da palavra, mostrando como ela pode ser interpretada de várias formas.
Os falsos