Análise "Sentimento do Mundo" de Carlos Drummond de Andrade

O poema Sentimento do Mundo (apresentado ao lado) escrito por Carlos Drummond de Andrade entre 1935 e 1940, esse é o primeiro poema do livro Sentimento do Mundo, e que também deu nome ao mesmo. A seguir, será apresentada uma visão sobre o poema. Esse poema começa indicando a impotência do cidadão diante da realidade, Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo pode ser interpretado como alguém que sonha com uma mudança na realidade, porém se julga impotente para fazer isso. Essa é a dura realidade da época em que o poema foi escrito, composta pelas guerras, desigualdades muito grandes, ditaduras e muitas pessoas morrendo, como é dito no poema quando os corpos passarem eu ficarei sozinho desfiando a recordação do sineiro [...] essa parte simboliza o medo de perder os amigos e conhecidos por causa da guerra. Os camaradas não disseram que havia uma guerra simboliza a ocultação, pelo governo, da entrada na guerra e sinto-me disperso, anterior a fronteiras, humildemente vos peço que me perdoeis significa a culpa do cidadão em eleger um governo que apoia a guerra e que colocou o país nela e era necessário trazer fogo e alimento fala da necessidade do governo em combater os outros na guerra e a promessa em trazer alimento para o povo.
No final, quando é mencionado o amanhecer em esse amanhecer mais noite que a noite refere-se ao término das guerras, porém é um amanhecer mais noite devido às perdas nas guerras como o sineiro, a viúva e o microcopista que habitavam a barraca e não foram encontrados ao amanhecer.
Mesmo com a guerra acontecendo na Europa, tão longe, ela se faz tão próxima através dos imigrantes que tinham que enterrar seus parentes queridos e às vezes nem sabiam se seus parentes estavam bem ou estavam mortos, mas que mesmo assim mantinham eles vivos em seus corações, como dito em Quando os corpos passarem, eu ficarei sozinho desfiando a recordação da viúva [...].