Análise - José, de Carlos Drummond de Andrade; Pobre Velha Música, de Fernando Pessoa e Sonata V, de William Shakespeare
O poema analisado, “José“, de Carlos Drummond de Andrade, revela uma percepção pessimista do cotidiano do individuo, tendo a solidão do homem chamado José como o tema central. Ressaltando em cada verso a vida angustiante de um homem sem nada.
O autor nos faz crer que coisas positivas existiam, mas que agora estão ausentes na vida de José. “A festa acabou“; “a luz apagou”; e “o povo sumiu”, mostrando a solidão do personagem.
"José" é um heterônimo do autor. É capaz de amar, de ser irônico, pois , "zomba dos outros", faz versos, mas que ironia: é desconhecido; vive no anonimato; "José" não tem sobrenome, não se sabe de onde veio nem para onde vai. "Você que é sem nome, que zomba dos outros, você que faz versos, que ama, protesta?" Apesar do anonimato José não é um alienado; ele ama, é irônico, escreve e protesta. Ele não é indiferente aos acontecimentos sociais. Seu anonimato e solidão não são opcionais foram-lhe impostos.
No decorrer do poema, o questionamento de “E agora, José?“ vai se intensificando. Um questionamento agoniante, sobre o destino do ser ou a monotonia da vida do mesmo, o cotidiano da sociedade, na qual as coisas acontecem em alguns momentos e em outro não existe mais.
Pobre Velha Música – Fernando Pessoa
Pobre velha música!
Não sei porque agrado,
Enche-se de lágrimas
Meu olhar parado.
Recordo outro ouvirte,
Não sei se te ouvi
Nessa minha infância
Que me lembra em ti.
Com que ânsia tão raiva
Quero aquela outrora!
E eu era feliz? Não sei:
Fui-o outrora agora. “Pobre velha música“ é um poema ortonimo de Fernando Pessoa e que trata de sua infância em relação ao presente, ressaltando sempre a infância como um bom período de sua vida.
Pessoa inicia o poema lembrando da música que supostamente era tocada por sua mãe, no piano, para ele quando criança. Apesar de uma boa lembrança, Pessoa trata o período com tristeza e saudosismo. Já que é um tempo que não voltará mais. Na segunda