Análise- Função social da poesia - T S Elliot

Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Teoria da Literatura II

Em “Função social da poesia”, T. S. Elliot trata do vínculo da poesia com a sociedade atual e as mais antigas, mostrando que a poesia possui uma função que vai além do prazer estético. Em um primeiro momento, Elliot analisa as funções da poesia no passado. Para ele, sua primeira função definida é a função religiosa, na qual a poesia era utilizada em rituais religiosos para invocar as forças da natureza com finalidades mágicas. Para Elliot a segunda função da poesia era a histórica. Ele cita como exemplo as antigas formas de epopéia e saga, que tinham como função transmitir uma mensagem história, fatos e histórias de guerra. Ele supõe que a epopéia era uma espécie de crônica. Outra função social da poesia era a da memorização, que era resultado das métricas muito regulares, das repetições e dos epítetos que eram muito comuns nos estilos de época, como na odisséia e ilíada. A função didática também tinha grande importância, pois nos tempos antigos era comum a veiculação de informações através da poesia. Elliot cita como exemplo as Geórgicas de Virgílio, que eram poesias que continham informações sobre agricultura. No entanto, esse tipo de poesia didática foi suplantado pela prosa, devido ao fato de que as informações se tornaram mais científicas e complexas, e esses assuntos podem ser transmitidos com mais clareza e eficiência em prosa. Elliot diz que esses textos de caráter informativo não devem ser escritos em versos.

Nesse contexto, surge a função satírica, onde a poesia didática se tornou uma poesia de exortação moral, que tem como intuito convencer o leitor do ponto de vista político ou religioso do autor. A sátira tem como função criticar e julgar o que não está de acordo com os padrões normativos e provocar no leitor uma espécie de valorização do que é aceito como costume e verdade. Já a função da poesia dramática é reunir um grande número de