Análise filosofica de WALTER Benjamin
Resumo: A construção proposta por este breve texto compreende como seu ponto de partida a relação de convergência teórica entre a teoria da história de Walter Benjamin e, especificamente, uma peça de Bertolt Brecht O Julgamento de Luculus (Das Verhör des Lukullus) escrita entre os anos de 1938 e 1939. Partiremos, portanto, das imagens apresentadas na peça e, a partir delas, realizaremos os paralelos com as Teses Sobre o Conceito de história, último escrito de Benjamin (1940), trazendo como ponto encadeador o conceito de tradição dos vencidos.
Quem ainda está vivo não diga: nunca
O que é seguro não é seguro.
As coisas não continuarão a ser como são
Depois de falarem os dominantes
Falarão os dominados
Bertolt Brecht, O Elogio da Dialética.
O Julgamento de Luculus (Das Verhör des Lukullus) é uma peça escrita entre os anos de 1938 e 1939 com o intuito de pensar sobre a relação entre o poder e a construção da história, apresentando-se sob o modelo da peça radiofônica. O rádio é considerado um importante veículo para Brecht, que aposta nas inovações técnicas de seu tempo como uma nova via de ação crítica e de interlocução. O processo de produção de O Julgamento de Luculus, no entanto, estendeu-se visto que houve a necessidade de converter o texto em uma ópera, impulsionada pelo Ministério da Cultura Popular da Alemanha. A partir dessa nova mudança estrutural, a peça mudou também seu título para Die Verurteilung des Lukullus, ou seja, A Condenação de Luculus. Segundo os registros, depois de 1940, Brecht mantém a atenção nesse texto, considerando-o inacabado até 19511. Essa peça foi contemporânea da escrita de peças como Mãe Coragem e Seus Filhos (Mutter Courage und ihre Kinder), Galileo Galilei (Leben des Galilei) e Quanto Custa o Ferro? (Was kostet das Eisen?).
É importante iniciar esta análise tornando claro que a leitura dos escritos destes dois autores mantém, fora de