Análise filme tempos modernos
De uma maneira cômica e profunda, Charlie Chaplin em seu filme “Tempos Modernos” apresenta uma crítica mordaz ao capitalismo, modelo econômico que ganha força com a Revolução Industrial.
Com o surgimento de grandes indústrias, as máquinas passaram a ser necessárias e indispensáveis. Referimo-nos porém, não apenas àquelas que o ser humano criou a fim de facilitar/agilizar seu trabalho, mas também ao “homem-máquina” que surge nesse período. Trabalhadores eram tratados como que se de metal fossem a fim de atenderem as exigências, quase que sobre-humanas, que lhes eram impostas.
O filme nos apresenta uma luta não apenas contra a máquina industrial em si, mas contra a “máquina sistema”, consumista, exploradora, desumana. É retratado com certo sarcasmo o desejo ardente que os proprietários das indústrias tinham em que seus funcionários fossem cada vez mais produtivos, mesmo que isso lhes custasse a saúde.
Quando trazemos esse quadro, pintado no filme, para a realidade do Brasil da década de 30, vemos muitas similaridades. Com o êxodo rural acontecendo em larga escala, e a industrialização em grande avanço temos a mesma situação: vários trabalhadores submetendo-se a longas jornadas de trabalho por um salário ínfimo e condições mínimas de sobrevivência. Mais uma vez, o “homem-máquina” entra em cena a fim de alimentar o insaciável mercado consumista.
É fato que avanços vieram em decorrência da Revolução Industrial. Muito do que hoje “nos facilita a vida” teve seu início nessa época. Porém, à custa do quê ou de quem? Grandes impérios foram construídos com o suor daqueles que não usufruiriam de seus resultados. E o mais incrível é que demos a isso o nome de “Progresso”.
Em ambos, tanto na obra de Chaplin quanto no Brasil, cresceram, lado a lado, a industrialização e pobreza. A classe dominante desponta soberana nesse período, controlando o proletariado não apenas economicamente, mas ditando também a