Análise do texto O Embondeiro que Sonhava Pássaros
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE RORAIMA
LETRAS/ LITERATURA
CAMPUS RORAINÓPOLIS
Professora: Rosidelma Fraga
Disciplina: Literatura Contemporânea
ANÁLISE DO TEXTO “O EMBONDEIRO QUE SONHAVA PÁSSAROS”
EUQUINE JENNIFER DOS SANTOS OLIVEIRA
Rorainópolis/RR
Novembro de 2014
Obra do escritor moçambicano Mia Couto, O Embondeiro Que Sonhava Pássaros conta a história de um negro que sofria grande preconceito devido a sua raça. O Passarinheiro, como era chamado (pois não possuía sequer um nome), vendia pássaros de uma beleza rara, o que chamava a atenção das crianças que gostavam de vê-lo passar pelo bairro para irem de encontro a ele.
Acontece que, o Passarinheiro não tinha uma residência, morava no tronco de uma árvore que chamavam de embondeiro e o bairro que ele passava todos os dias era o bairro dos brancos e isso gerava grande repulsa a eles. Para explicar tal acontecimento, Martins (2006) diz que “O embondeiro inscreve-se em tempos da colonização, num bairro em que os portugueses e os africanos vivem culturalmente afastados.” Isso fica claro no texto, pois a população daquele bairro passou a proibir as crianças de saírem de casa para não se misturarem com o negro vendedor de pássaros e indagavam entre eles: “Aquele preto quem era? Alguém conhecia recomendações dele? Quem autorizara aqueles pés descalços a sujarem o bairro? (...) o negro que voltasse ao seu devido lugar” (Couto, 1998, p. 64). Ou seja, fica claro a divisão que existia entre as raças e que não deviam “invadir” o território do outro.
O racismo, a rejeição aos negros, a separação da raça presente no conto de Mia Couto, nos faz lembrar a Apartheid que significa “Vidas Separadas”, foi um regime que negava aos negros da África do sul os direitos políticos, sociais e econômicos. Era um governo controlado pelos brancos e foi imposta várias regras para os negros, inclusive a proibição de circular em determinadas áreas