Análise do texto “Elites Políticas em Minas Gerais na Primeira República” de Cláudia M. R. Viscardi
Mesmo com a mudança do sistema de governo do país, a oligarquia Minas – São Paulo continuou mantendo sua hegemonia no poder central do país até a ascensão do governo Vargas, em 1930.
A historiografia da Primeira República, sobretudo a política e econômica, encontra-se direcionada por três tendências: uma tendência com a visão consagrada da relação Minas – São Paulo, que isola as elites políticas de sua noção de classe, ao passo que estes tendem a agir no estado “na defesa de interesses coletivos” (Viscardi, p. 40); uma segunda tendência que apresenta uma revisão da primeira, e que avalia a desenvoltura das elites políticas como reflexo da situação de classe, como representante dos interesses econômicos dominantes em uma sociedade; e uma terceira tendência, que intermedia a primeira e a segunda e que busca relatar a autonomia relativa das elites políticas quanto os seus interesses econômicos e que privilegia as oligarquias de segunda grandeza. É baseado nesta última tendência que Viscardi trabalha o seu texto.
A historiografia tradicional costuma caracterizar Minas como um estado homogêneo. Entretanto, Viscardi apresenta Minas como um mosaico, dotado de unidades ou sub-regiões, um estado heterogêneo.
E foi por conta desse caráter heterogêneo do estado, que os conflitos resultantes de interesses políticos distintos estiveram presentes durante todo o período da República Velha.
A principais regiões de influência política e econômica de Minas era a Zona da Mata (responsável pela maior parte da produção de café do estado), o Centro (na qual prevalecia a atividade de mineração) e o Sul (que se posicionava aliada politicamente ora com o Centro, ora com a Mata, sempre ficando ao lado de quem lhe proporcionasse maiores vantagens).
Devido esse “divisionismo” mineiro, a sua relação com São Paulo era muito incerta, uma relação instável. E é por este viés que