Análise do texo de antropologia: Bom selvagem e mau civilizado
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ANTROPOLOGIA E CULTURA BRASILEIRABom selvagem X Mau civilizado
A nossa civilização é marcada e influenciada por estereótipos que nós mesmos criamos e que norteiam nossa percepção do mundo e nossa maneira de nos relacionarmos com civilizações ou até mesmo culturas diferentes, pois somos balizados pelo que acreditamos ser a verdade, o correto e o melhor, e aprendemos, desde cedo, a repudiar tudo aquilo que foge dos padrões criados e defendidos por nosso modelo social.
O preconceito sempre existiu e nos confinou dentro de muros de discriminações que nos afastaram das demais sociedades e culturas, embaçando nossa visão e distorcendo nossos valores, nos fazendo crer superiores e únicos donos da razão e bom senso.
Foram estes fatores, elencados acima, os responsáveis pela construção da imagem dos selvagens, índios e bárbaros, que prevaleceu durante tantos séculos. O choque de cultura foi tão grande que nossa primeira atitude, ao nos depararmos com essas sociedades selvagens foi de repudia e desprezo, pois as diferenças eram tão grandes, à primeira vista, que quase não se identificou semelhanças, nos fazendo classifica-los como uma raça subumana, sem alma, sem sentimentos humanos, sem afeição natural e sem razão. Consideramo-los como animais com aspectos humanos, como coisas. Eles, representando o mal, e nós representando o bem.
Mas a antropologia, fazendo uso da etnografia, tem desmistificado estas culturas e promovido a quebra de paradigmas, revelando que, as diferenças existem, mas não representam, em sua maioria, coisas más, apenas diferentes, e que as semelhanças estão presentes, mesmo que disfarçadas por rotinas diversificadas. Mostrando-nos que não são inferiores, apenas diferentes, e que, em alguns casos, demonstram uma superioridade, principalmente no que diz respeito a comunidade, uma vez que conseguem compartilhar tudo entre si, sendo desprovidos dessa fome incessante, característica das sociedades ditas “desenvolvidas”, por status e acúmulos de