Análise do poema: Náusea. Vontade de nada.
Análise interna:
Nesta composição lírica existe a fragmentação do eu e tédio existencial, o sujeito poético afunda-se na sua mágoa e na sua angústia existencial, uma vez que o que quer ser conscientemente inconsciente é impossível. Toda a sua vida reflete a insatisfação que sente e os falhanços sucessivos acentuam o seu estado de depressão. Fernando pessoa sente-se incapaz de viver a vida, isolado dos outros e até mesmo das suas próprias emoções.
Durante esta composição lírica o sujeito poético exprime a desistência da vida, a incapacidade de agir, a imagem de um espectador da vida e o tédio de tudo.
Náusea. Vontade de nada.
Existir por não morrer.
Como as casas têm fachada,
Tenho este modo de ser.
O sujeito lírico mostra se Doente e não tem vontade de nada, exprime desistência da vida.
O sujeito poético diz que existe porque ainda não morreu.
No terceiro verso existe uma comparação com as casas dizendo que as casas tem fachada ele tem o seu próprio modo de ser. Compara-se com as casas porque assim como a fachada das casas não mostra o que está por dentro das mesmas, pois as fachadas podem ser belas e o seu interior o oposto, assim Fernando Pessoa o demonstra ser.
Náusea. Vontade de nada.
Sento-me à beira da estrada.
Cansado já do caminho
Passo pra o lugar vizinho.
Volta de novo com repetição ao primeiro verso da primeira estrofe, mostrando- se Doente e não tem vontade de nada, exprime desistência da vida. Sente-se cansado pelo caminho todo que percorreu sozinho e decide sentar-se a beira da estrada.
Mais náusea. Nada me pesa
Senão a vontade presa
Do que deixei de pensar
Como quem fica a olhar...
Sente-se cansado de estar doente mas como já está há muito tempo não lhe custa muito continuar assim. Mostra-se desgostoso para com a vida.
Nada lhe dá tristeza, nada lhe causa dor, mas existe uma coisa que ele sente dor é aquela vontade que está presa dentro do seu pensamento passado como quem o