Análise do Poema "Descalça vai pera a fonte"
«Descalça vai pera a fonte»
Descalça vai pera a fonte
Lianor pela verdura,
Vai fermosa e não segura.
Leva na cabeça o pote,
O testo nas mãos de prata.
Cinta de fina escarlata,
Sainho de chamalote,
Traz a vasquinha de cote
Mais branca que a neve pura.
Vai fermosa, e não segura.
Descobre a touca a garganta,
Cabelos de ouro entraçado,
Fita de cor encarnado,
Tão linda que o mundo espanta.
Chove nela graça tanta,
Que dá graça à fermosura.
Vai fermosa, e não segura.
Luís de Camões
Tema: Exaltação da beleza de Lianor.
Cenário: Fonte (a fonte tem muita importância).
Caracterização de Lianor:
Retrato físico: descalça; mãos brancas ("de prata"); branca; cabelos d'ouro; fermosa.
A cor que a define: policromia – prata; “escarlata” (vermelha); branca; ouro; encarnado. Lianor suscita alegria; pureza; perfeição.
Retrato psicológico: insegura ("não segura"); graciosa ("graça”).
Análise do Poema:
Este poema é um vilancete porque é constituído por um mote de 3 versos e por duas voltas de 7 versos.
Na análise do mote, o sujeito poético descreve a ação geral realizada por Lianor, a sua amada.
Na volta, o sujeito poético faz a descrição da figura feminina tratada no mote, descrevendo tanto a beleza física e psicológica da sua amada demonstrando assim o fascínio que ela exerce nele. Lianor é apresentada fisicamente e psicologicamente pelo uso das expressões como:
“Fermosa” (encontra-se no mote, verso 3) - uso do adjetivo “formosa” fazendo referência a sua beleza.
“Mãos de prata” (encontra-se na volta, na primeira redondilha, verso 5) - é feita a caracterização das mãos de Leonor como sendo muito valiosas porque são mãos trabalhadoras.
“Cinta de fina escarlata” (encontra-se na volta, na primeira redondilha, verso 6) - faz referência á sua elegância.
“Traz a vasquinha de cote/Mais branca que a neve pura.” (encontra-se na volta, primeira redondilha, verso 8 e 9) - refere que o