Análise do poema Deprecação de Gonçalves Dias

Mônica de Paula Vieira n. usp: 9041889 e-mail: [e-mail] turma: 2014113 horário: 21h às 23h

Análise do poema “Deprecação” de Gonçalves Dias

Prof. Eduardo Vieira Martins
Introdução aos Estudos Literários I

São Paulo
2014

Poema indianista de Gonçalves Dias, “Deprecação”, como o próprio título já diz, trata-se da súplica (ou prece) de um indígena a Tupã, para que vingue seus filhos que sofrem nas mãos dos homens impiedosos trazidos de longe por Anhangá. Pertencente à fase agônica do poeta e retrata a colonização brasileira do ponto de vista do nativo, descrevendo o genocídio dos indígenas e a destruição de seu mundo.

Análise

O poema apresenta rimas cruzadas que se alternam com o segundo verso rimando com o quarto, estruturado no esquema ABCB.

A “Tupã, ó Deus grande! cobriste o teu rosto
B Com denso velâmen de penas gentis;
C E jazem teus filhos clamando vingança
B Dos bens que lhes deste da perda infeliz!”

Segundo definição de Bandeira,1 as rimas de “Deprecação” podem ser classificadas como rimas pobres, pois acontecem com “palavras da mesma categoria gramatical”, na estrofe exemplificada acima, a rima é feita por dois adjetivos: gentis e infeliz.
Ao longo do poema, podemos identificar a repetição de algumas estrofes, versos e palavras. Esse encadeamento pode ser observado com a repetição da primeira e da quinta estrofes:

“Tupã, ó Deus grande! cobriste o teu rosto
Com denso velâmen de penas gentis;
E jazem teus filhos clamando vingança
Dos bens que lhes deste da perda infeliz!”

O primeiro e segundo versos da segunda estrofe se repetem (com uma pequena mudança na ordem das palavras do primeiro verso) na décima primeira estrofe:

“Tupã, ó Deus grande! teu rosto descobre: (descobre o teu rosto, na estrofe 11)
Bastante sofremos com tua vingança!”

As palavras “Teus filhos valentes” são reproduzidas nos versos 21 e 29.
Assim como os versos 7 e 27:

“Já restam bem poucos dos teus, qu’inda possam”

Além