Análise do Livro Feliz Ano Velho
Marcelo, protagonista de “Feliz Ano Velho”, é um jovem como outro qualquer de sua classe social. Filho de engenheiro e advogada, vivia em uma bela casa. Na adolescência frequentou um colégio de elite. Aos 20 anos cursava Engenharia Agrícola na Unicamp, quando no início de dezembro de 1979 sofreu um acidente que o deixou tetraplégico: bêbado, ao mergulhar em um lago sem profundidade, bateu a cabeça em uma pedra e não conseguiu se mover; apenas uma melodia – biiiiiiin - em sua cabeça.
Levado para o hospital pelos amigos, ficou na UTI um mês, em Campinas. Foi transferido para São Paulo onde, durante um ano, fez fisioterapia na tentativa de recuperar parte de seus movimentos. Ficou totalmente dependente da família e dos amigos que lhe davam forças para seguir em frente.
Antes de sofrer o acidente, Marcelo era um jovem cheio de vida, querido por todos, talentoso, com espírito crítico, “sarrista”, que levava a vida de maneira livre. O ocorrido mudou radicalmente sua vida, mas não o seu jeito de ser, de encarar seus problemas. Partiu para a luta para superar a situação.
Ao saber de seu estado, desde o primeiro momento passou a valorizar cada movimento que seu corpo voltava a ter. Mas não gostava quando sua mãe lhe dizia “Mais uma etapa vencida”, pois para ele vencer etapas era contentar-se com pouca coisa, ter uma atitude conformista. “Só vou vencer quando sair daqui andando”, dizia ele.
Houve momentos em que Marcelo pensou em desistir, teve vontade de voltar ao passado, não ter pulado naquele lago e estar vivendo sua vida como sempre viveu.
Houve também momentos de irritação. Quando voltou ao seu antigo apartamento, teve a ajuda de Stella, sua nova enfermeira. Mas ele não a considerava esperta e se irritava facilmente com qualquer atitude dela.
No entanto tinha certeza de sua vitória, pois como não houve secção da medula, existia a possibilidade de ele voltar a andar. E ele não era pessoa de se deixar abater, queria poder