Análise do livro Cazuza, de Viriato Corrêa

Leitura e análise do livro
Cazuza, de Viriato Corrêa

A obra de Viriato Corrêa, Cazuza, tem como objetivo contar a [...] história verdadeira de um menino de escola [...] (CORRÊA, 1992, p.6), que teve sua história contada em três partes. A primeira parte trata da vida do menino Cazuza no interior do Maranhão, no pequeno povoado de Pirapemas. A segunda parte trata da mudança do menino e sua família para a vila do Coroatá. E a terceira e última parte trata da vida do menino na capital.
Em seguida, a leitura nos faz conhecer as memórias de um menino do interior que vivia numa “[...] ruazinha apenas, com vinte ou trinta casas, algumas palhoças espalhadas pelos arredores e nada mais. Nem igreja, nem farmácia, nem vigário. De civilização — a escola, apenas” (CORRÊA, 1992, p.11). Já aqui é possível perceber a noção que o menino Cazuza tinha do que era civilização. Neste caso, a figura religiosa mostra-se essencialmente importante nessa composição social.
A história de Cazuza é vivida no final do século XIX, quando o Brasil ainda estava nascendo enquanto república. Era um momento em que o país buscava uma identidade cultural própria, apartada da Portugal. Essa busca, obviamente, se refletiu em todas suas produções culturais da época.
Na literatura, buscávamos nossa identidade cultural na objetividade do realismo social de Machado de Assis, na forma perfeita dos sonetos de Olavo Bilac e na espiritualidade representada nos poemas de Cruz e Sousa. E como não podia deixar de ser, a obra de Viriato Corrêa não fugiu à regra, exaltando o interior do Brasil e a simplicidade do povo na sua narrativa: “Achei melhor o título CAZUZA que os meninos, sem dar por isso, escolheram. É mais curto. Profundamente infantil. E profundamente brasileiro.” (CORRÊA, 1992, p.7).
A história do menino Cazuza se passa em três contextos sociais distintos: em um lugarejo humilde, pouco povoado; na vila, lugar bem mais povoado; e na capital, onde Cazuza teve contato com o progresso da