Análise do filme "A missão" com a questão indígena.
Sendo assim, podemos notar uma forte veia etnocêntrica presente nesses homens europeus tidos como superiores e ainda como um modelo a ser seguido e ensinado a essa civilização encontrada, que não passaria de primitiva e que precisava ser então domesticada, como bem colocado pelo François Laplatine no capítulo um de seu livro “Aprender Antropologia”: “O outro não é considerado para si mesmo. Mal se olha para ele. Olha-se a si mesmo nele.”, ou seja, o europeu coloca-se como parâmetro para julgar os indígenas como humano ou não.
Dentre os critérios utilizados para julgar se o índio merecia o status de ser humano, temos, primeiramente, o critério religioso, o qual lançava sobre o índio uma imagem diabólica, uma vez que era tido como um ser cheio de pecados, como a poligamia, a sodomia, a preguiça, entre outros. Logo depois, usaram como critério a questão da aparência física, o julgando como feio, observando ainda a problemática da nudez, fato esse que já agregava ao índio uma falta de moralidade. O próximo critério utilizado foi no tocante aos comportamentos alimentares dos índios, visto que se alimentavam de carne humana, criaram assim mais uma nova imagem para o índio, agora a imagem de um índio canibal, bárbaro e selvagem. E por último, analisaram a linguagem desse povo, julgando como uma linguagem ininteligível.
Dessa maneira, criaram um cenário totalmente propício para intervenções e mudanças que seriam, segundo os europeus, para melhoria desse povo, uma vez que os indígenas seriam como um “solo fértil” para o crescimento econômico, político e religioso da Europa, já que não tinham leis, religião, educação, língua, etc.
Nessa história, podemos trazer a memória