Análise do filme "A Massai Branca"
Campus Universitário de Recife
Curso de Bacharelado em Ciências Sociais
Disciplina de Antropologia
Análise do Filme “A Massai Branca”
O filme A Massai Branca, dirigido por Hermine Huntgeburth, baseado na autobiografia de Corinne Hofmann, traz a baila questões etnocêntricas, advindas de um choque cultural entre uma suíça e um guerreiro do Quênia que se apaixonam.
Esse choque é evidente, em primeiro, no momento em que o casal Stefan e Carola se deparam com os guerreiros pela primeira vez durante uma travessia de barco. Cena onde o olhar de Carola é enfatizado mostrando o fascínio pela figura do guerreiro em si, em toda sua imponência, pela diversidade cultural, pelas diferenças e pela curiosidade que é assim, despertada por essas mesmas diferenças. Não abordando em primeira instância a posição etnocêntrica, como a de Stefan, mas um posicionamento claramente relativizador. Assim, disse Laplantine: (...) a perplexidade provocada pelo encontro das culturas que são para nós as mais distantes, e cujo encontro das culturas vai levar a uma modificação do olhar que se tinha sobre si mesmo. De fato, presos a uma única cultura, somos não apenas cegos à dos outros, mas míopes quando se trata da nossa.
Logo de início percebemos que mesmo em sua terra natal os guerreiros tem certas limitações quanto ao espaços que podem e não podem frequentar, de acordo com suas vestimentas, evidenciando então, a não legitimidade de sua cultura (primitiva, representativa) perante a cultura dominante ali; Não legitimidade esta, que é suavizada pela relativização de Carola ao tentar se aproximar do guerreiro Lemalian sem sentimentos de estranheza, medo ou receios preconcebidos.
Assim, ao desenrolar do desenvolvimento da relação criada entre eles, mais pontos são definidos como lacunas culturais difíceis de transpor, e assim Carola vai percebendo que viver ao lado de um guerreiro da tribo Samburu não era tão fácil quanto parecia.