Análise do filme "A Classe Operária vai ao Paraíso"
Isso é perceptível quando o personagem revela que sua concentração do maquinário é como sua vida sexual. Nos conceitos aprendidos, podemos dizer que houve um fetichismo do trabalho para o indíviduo. Tal fetiche se evidencia profundamente quando o protagonista perde seu dedo, analogia ao órgão sexual, e se torna inapto de realizar o trabalho.
A exaustão causada pelo trabalho também é fortemente retratada na obra. Numa noite em casa – representada no filme como um “intervalo” da vida de operário do protagonista, alusão a um horário de almoço quando assistimos a família congelados em frente a uma televisão – o protagonista, cansado, recusa fazer sexo com sua esposa.
Epifania: Após sair da fábrica e se tornar "inútil", o protagonista começa a ter uma ideia diferente do que tinha sobre seus produtos. Em uma cena sozinho em seu apartamento, passa a custear seus pertences, tanto em dinheiro quanto em horas, analogia ao tempo trabalhado, para ganhar a quantia suficiente de dinheiro para adquiri-los.
O protagonista, no final, se encontra de volta à fábrica – agora retratada com esteira – discute com os funcionários que o questionam sobre sua epifania, a “ida ao paraíso”. Percebe-se que ele está humanizado, não mais mecanizado como antes. O protagonista, enfim, não consegue dizer o que viu. Tudo estava nevoado, ilustrando a incerteza mas a vontade de alcançar o desejado