Análise do filme Quanto Vale ou É Por Quilo
Entre as fontes consultadas pela equipe, encontram-se processos penais do século XVIII e XIX envolvendo questões sobre a escravidão no Brasil, Bianchi, Connito e Benjim se apropriam desses materiais para desenvolver este filme, que por sua vez apresenta uma alta crítica social e o questionamento do papel e atuação de organizações governamentais no Brasil. Em, “Quanto Vale ou É Por Quilo?”, longa metragem lançado em 2005, o diretor personagem Sérgio Bianchi apresenta novamente uma crítica menos política que moral sobre alguns aspectos da sociedade brasileira. Dessa vez, a questão, em parte, concentra-se na sobrevivência do homem na sociedade contemporânea, que será retratada pelo diretor como uma espécie de “escravidão moderna”, que ainda subjuga homens e mulheres à condição de explorados na lógica capitalista. No filme de Bianchi, as contradições existentes em uma sociedade datada de há quase dois séculos, são reencenadas no Brasil do século XXI, numa tentativa de mostrar a continuidade da submissão através da permanência de outra escravidão no cenário nacional.
A Arminda, outrora, uma escrava em fuga, agora é uma líder comunitária negra;
Clarinha, a mulher do capitão do mato, é vivida na figura de uma ingênua moça de periferia com aspirações ao sucesso midiático;
A “Tia Mônica” é uma empregada doméstica que sonha em ocupar o cargo da patroa e em troca descontar-lhe todos os anos de humilhação;
Candinho trabalha como lixeiro, que por imposições do meio e da tia autoritária, acaba recorrendo à prática ilegal de matador de aluguel para sustentar a família. O filme mostra que desde o tempo da escravidão existe a diferença entre os chamados negros e brancos. Primeiramente, mostra-se a escravidão por cor, àqueles que são negros são submetidos a essa forma de serventia, obrigados a trabalhar, apenas por serem considerados inferiores aos brancos. Uma frase interessante a se destacar nas primeiras cenas é a de uma