Análise do filme "muito além do jardim"
ESCOLA DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
DEPARTAMENTO DE TEORIA E GESTÃO DA INFORMAÇÃO
CULTURA E INFORMAÇÃO
Na maneira com que geralmente o senso comum concebe cultura, ela é sinônimo de sofisticação, sabedoria, de posse de certos conhecimentos (línguas, arte, literatura, ser alfabetizado). Sendo assim, é uma palavra usada para classificar pessoas e grupos como arma discriminatória, surgindo, então, uma polarização entre culto (positivo, sugere prestígio, respeito) X inculto (negativo). Segundo esta visão, o personagem Chance Gardner pode ser considerado inculto, pois não sabe ler nem escrever e não possui conhecimentos básicos acerca do mundo e da vida, uma vez que seu único interesse e atividade, além do jardim, era assistir televisão. Entretanto, o conceito antropológico de cultura, ou cultura como conceito, como uma categoria social a vê como as diferentes maneiras de viver total de um grupo ou sociedade; um código através do qual as pessoas de um grupo pensam, classificam e atuam sobre o mundo e sobre si mesmas. Nesse sentido, não há homens sem cultura, sendo possível comparar diferentes culturas como entidades iguais, sem hierarquia de superioridade e inferioridade. Conforme este pensamento, Chance não é inculto, pois embora não tenha adquirido conhecimentos que o ajudariam a interagir melhor com o mundo a sua volta, ele vivia entre pessoas, usando a linguagem para se comunicar, sendo cortês, lançando mão, portanto, de comportamentos aprendidos que o inserem na cultura.
QUESTÃO 02 Etnia é um “grupo biológico e culturalmente homogêneo”; etnocentrismo, portanto, é “a tendência de considerar a cultura de seu próprio povo como a medida de todas as coisas” (FERREIRA, 1985). A cena em que Louise, a empregada do velho homem, vê Chance na TV e diz à sua família que o criou desde pequeno, que ele não tinha nada na cabeça, pois nunca havia aprendido a ler ou escrever e que na América bastava ser branco para conseguir alguma