Análise do filme “entre os muros da escola” à luz da teoria de hannah arendt
Apesar de Hannah Arendt, em seu texto “A crise da educação”, analisar a crise da educação nos Estados Unidos, o filme exemplifica esta crise, principalmente, em relação à autoridade e à tradição. A autora deixou claro que qualquer país estaria passível aos acometimentos retratados por sua teoria, tanto que a crise no sistema educacional pode ser analisada, hoje, em diferentes países, inclusive o Brasil..
O conflito entre professor e alunos aparece durante todo o filme, o que provoca certa tensão no espectador, parece que, a qualquer momento, as discussões acarretarão em violência. A delinquência de alguns alunos e o conformismo de outros é justificado, por Arent, pelo nivelamento entre alunos e professores. Ao não se fazer uma diferenciação entre as duas categorias, os alunos não ficam mais livres e, sim, submetem-se a tirania da maioria.
A autoridade e a qualificação são coisas distintas e de estrema importância para a educação. Os educadores, na visão de Arendt, são os representantes do mundo, eles fazem a ligação entre o passado e o presente e devem estar aptos a preparar as crianças para o mundo. Eles devem ter um conhecimento aprofundado do conteúdo ministrado (qualificação) e devem assumir responsabilidade como representantes do mundo (autoridade).
No filme, os alunos discutem com o professor de igual para igual, como vimos no texto de Arendt, não existe uma diferença hierárquica entre o professor e os alunos, este nivelamento causa a perda da autoridade. Outro aspecto, apresentado pela filósofa, é a falta de qualificação. A didática passou a ser mais importante