Análise do filme de Dziga Vertov, Um Homem Com Uma Câmera

Universidade de Brasília - Faculdade de Comunicação
Aluna: Bruna Cecilia

Análise do filme de Dziga Vertov, Um Homem Com Uma Câmera

Dziga Vertov teve contato com o futurismo e o construtivismo russo, inspirado pela sua paixão por letras e poesia. Em 1929 lançou o filme “Um Homem Com Uma Câmera” que foi tido como um filme revolucionário e que o marcaria para além da sua vida. Vertov também teve outros grandes sucessos cinematográficos, como “Câmera Olho - Réquiem à Lênin” (1924) e “Entusiasmo” (1933). Em “Um Homem Com Uma Câmera”, Vertov não atribui uma linha principal de narrativa para o filme, fazendo com que todo o seu comprimento seja uma série de imagens e associação de imagens. Aliás, com essas associações e contexto é possível extrair o que Vertov propunha. Ele cria um bombardeio de imagens e brinca com esse chamado “cinema-verdade”. Além disso, Vertov trabalha o tempo, a velocidade com que ele passa e as vezes a falta da velocidade. A música do filme acompanha o rítmo dessas imagens. Movimento é uma palavra chave para esse filme. O filme é intencionalmente metalinguístico, ou seja, é um filme que fala sobre o proprio filmar. É possível observar em várias cenas a presença da câmera e de seu operador no ato fílmico. Era a primeira vez que essas cenas eram mostradas, que era revelado o “por trás das câmeras”, rompendo com a ideia do cinema apenas de narrativas e histórias. Era a primeira vez também que a câmera saía do estúdio, como pode-se ver durante o filme a presença de algumas imagens das ruas e de cenas. Essas características desse filme de Vertov causaram uma revolução no cinema e um rompimento com algumas das estéticas anteriores. Ele põe esse operador de câmera como um mero operário, colocando suas mão relacionadas com as mãos de embaladeiras, pianistas, datilógrafos e etc. Assim, Dziga Vertov deixou um legado para seus sucessores. Suas ideias e técnicas, seu novo jeito de filmar influenciou muitos cineastas de sua posteridade. Esse