Análise do Filme Babel
O filme retrata o drama vivido em diferentes grupos culturais. Conta a história de alguns personagens: uma jovem japonesa surda-muda, órfã de uma mãe suicida, que sofre preconceito e falta de alguém com quem se relacionar amorosamente; um menino marroquino que, acidentalmente, atira numa turista, sendo perseguido como terrorista e perde o irmão numa troca de tiros; o marido da turista baleada que tem de confiar no tratamento médico rústico de uma pequena vila marroquina até o reforço da embaixada americana chegar; e uma imigrante ilegal, que leva as crianças das quais cuida a uma viagem ao México, em cuja volta é perseguida por fiscais da fronteira, perdendo-se num deserto, onde é encontrada e condenada a retornar ao seu país de origem.
Alguns recursos presentes no longa-metragem podem ser considerados peculiaridades. O roteiro não segue a ordem cronológica dos fatos, mas divide a história em partes independentes, que se conectam no decorrer do filme. Além disso, são faladas cerca de cinco linguagens diferentes, entre inglês, espanhol, árabe, japonês e língua de sinais japonesa, dando sentido ao nome do filme, que faz menção à história bíblica da “Torre de Babel”, na qual Deus confunde as línguas dos homens para interromper a construção da torre, originando, assim, a variedade de idiomas a partir daquele desentendimento comunicacional.
O filme aborda alguns temas intrigantes e importantes à sociedade contemporânea. Ele explora a teoria da causa e efeito, pois cada consequência de uma ação é refletida em outra. Como, por exemplo, o disparo no ônibus feito pelo menino marroquino, que adiou o retorno do casal aos EUA e fez com que a babá levasse as suas crianças para o México. Outro tema abordado é o da globalização, que facilita as relações entre diferentes culturas, mas não extingue as barreiras da desigualdade que existem entre elas, o que se vê no drama que o casal passa quando tem de se submeter aos cuidados de um povo que eles desconheciam de fato; e