Análise do filme Abril Despedaçado

Comunicação Social – Publicidade e Propaganda

Análise do filme
Abril Despedaçado

Tubarão, 16 de Maio de 2013

1. Um filme sem cores, sem trilha, sem diálogos, cheio de significados. Como se cada elemento do filme (ou a ausência deles) possuísse um papel na construção do sentimento a ser passado no filme, a história de Abril Despedaçado é desenvolvida nos detalhes. Esta é uma história que se passa no Sertão do Nordeste brasileiro envolvendo, em plano principal, duas famílias e sua tradição de orgulho e vingança. Os elementos do filme como poucos diálogos, pouca trilha sonora, por exemplo, são utilizados para gerar um desconforto à quem assiste o filme. Tal desconforto liga-se à ideia da trama, onde, na tradição das famílias, quem perde sangue de seu sangue, tem o direito de cobrar o sangue tirado. Diante dessa tradição, onde o orgulho de uma família sobrepõe-se à vida nela existente, o personagem “Tonho” é incumbido de honra-los cobrando o sangue que lhes foi tirado. Ao matar o homem que havia matado seu irmão (sangue perdido), Tonho passa a ser o sangue que será cobrado pela outra família. O tempo de vida que é dado a Tonho é determinado por uma camisa. A camisa do falecido manchada de sangue. Quando o sangue que marca esta camisa amarelar, significa que o tempo de Tonho acabou e que seu sangue poderá ser cobrado. O filme passa então a contar a história do resto de vida daquele que nunca teve vida e o desconforto gerado liga-se a esse sentimento de “resto de vida”. Além da falta de trilha e dos poucos diálogos atuando como elementos da construção do sentimento da história, também há a pouca variação de cores. Com o filme basicamente na mesma escala de cor, é criado um sentimento de “falta de vida”. Sentimento este que acompanha a história desde antes de iniciar a parte do “resto de vida” de Tonho. O filme conta também com um elemento muito importante na formação do sentido da