Análise do estilo de Leonardo da Vinci
Gênio indiscutível, criador de excelências em diversas áreas do espírito humano. Pintor, escultor, arquiteto, engenheiro, inventor, cientista. Soube manter a multi-disciplinariedade de seus interesses sem que cada atividade sua interferisse com a qualidade das outras atividades, muitas vezes antagônicas. Por exemplo, dissecou cadáveres e projetou cruéis armas de guerra, mas suas pinturas tem uma profundidade de alma inigualável.
Consta que pediu perdão a Deus em seu leito de morte por ter se dedicado tão pouco à pintura. Deixou um legado de não mais do que trinta quadros, alguns verdadeiros ícones da arte. A sua misteriosa Mona Lisa é, talvez, a pintura mais conhecida do mundo. Livre-pensador, não se encontra uma linha sequer em seus escritos acerca de religião. Mas produziu talvez o mais difundido e reproduzido monumento da fé católica, o afresco Última ceia.
Embora primasse pelo brilhantismo técnico, realizando suas pinturas com esmerado acabamento, Leonardo deixou inconclusas diversas de suas obras. Outras, como a Última ceia, deterioram-se ainda durante a vida de Leonardo, dada a sua tendência ao experimentalismo técnico. Entretanto, é considerado o inventor do sfumato, assim como da perspectiva aérea.
Leonardo encarava a pintura como forma de conhecer o mundo. Fez parte de um grande movimento cultural no Renascimento que visava tornar a pintura uma arte maior, equiparável à poesia e à oratória. Para os gregos, a pintura e a escultura não eram atividades para homens livres. Durante a Idade Média, embora os artistas e arquitetos gozassem de grande prestígio, a pintura era considerada uma arte vulgar, menor. Leonardo afirmava que a pintura eracosa mentale. Com isso queria ressaltar a alta atividade espiritual na elaboração da composição, especialmente através do uso consciente da geometria.
Conta-se que, quando executava a Última Ceia, o superior da abadia ficava perplexo ao vê-lo passar a maior parte do tempo