ANÁLISE DO DISCURSO
Afinal o que são gêneros?
O pressuposto é de que a língua é inerente às práticas humanas. É por meio dela que as práticas culturais, sociais e políticas sofrem determinadas transformações complexas. Conforme Bakhtin (2003: 280):
Todas as esferas da atividade humana, por mais variadas que sejam, estão sempre relacionadas com a utilização da língua. Não é de surpreender que o caráter e os modos dessa utilização sejam tão variados como as próprias esferas da atividade humana, o que não contradiz a unidade nacional de uma língua. A utilização da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos), concretos e únicos, que emanam dos integrantes duma ou doutra esfera da atividade humana.
Para ele, uma esfera comunicativa é constituída por um estilo, recurso e enunciado. Quando estes elementos são combinados entre si, constitui-se um determinado tipo de esfera, que podem ser variadas, no intuito de atender à necessidade humana de expressão. Essas relações comunicativas designam distintas funções e posições sociais. Cada esfera, constituída por enunciados, denominam-se o gênero discursivo. Os gêneros são variados, interativos e inesgotáveis, pois na medida em que a sociedade se torna complexa, paralelamente, os gêneros também se tornam complexos, peculiares em relação aos demais gêneros, configurando-se em outras esferas – as quais podem compartilhar traços comuns. Ainda para esse autor, os gêneros discursivos são caracterizados em primário e secundário. No primeiro caso, considera-se a ‘comunicação verbal espontânea’ podendo ser transmutada à complexidade, contemplando o plano secundário, como um ensaio científico ou uma peça teatral. Diante da ampla heterogeneidade da língua torna-se uma tarefa difícil definir com exatidão a essência da enunciação, que se apresenta manifestada em diferentes representações discursivas.
Carolyn Miller (1994), os gêneros são considerados como uma forma de ação social. Para ela, essa ação é considerada como