Análise do discurso do dom casmurro
No discurso do livro em análise, o narrador é também o personagem, e propositalmente deixa vir à tona suas emoções e aparenta certos desequilíbrios psíquicos, uma vez que todo o discurso sobre a honestidade de Capitu, é baseado em situações que não deixam claros os fatos que ocorreram. O aparente desequilíbrio psíquico da personagem Bentinho, é desencadeado pelo ciúme excessivo de sua esposa Capitu, por ser uma mulher linda, atraente e possuir habilidades em dissimulações. O fator decisivo neste manifesto neurótico de Bentinho é o fato de ambos conhecerem-se desde a infância, o que o possibilita de certa forma a julgar o comportamento de Capitu. A partir de suas próprias conclusões, pois de fato não consegue sanar a dúvida levantada sobre Capitu, toma a atitude de “separação” fundamentado em suposições com base em algumas atitudes de sua esposa conhecidas enquanto ambos viviam a fase juvenil. Já a partir do nome que o narrador personagem adota para a história, percebe-se a obstinação presente em sua vida, pois o mesmo escolhe o nome “Casmurro” que segundo o dicionário significa: implicante, teimoso, cabeçudo. Com base no próprio nome, pode-se notar que há por trás de uma possível verdade concernente ao “adultério” de Capitu, um capricho a ser preservado, pois ele se considera merecedor do apelido dado por um colega e o escolhe afirmando não haver “melhor título para a narração”. A história começa a ser narrada com o autor personagem relatando sobre como vivia na atual circunstancia da composição da obra e o porquê da decisão de escrevê-la. Bentinho diz morar em uma casa que fora construída idêntica a que se criou, e acrescenta que o a intenção era “atar as duas pontas da vida e restaurar a velhice e a adolescência”. A partir desta afirmação, nota-se um homem que não conseguiu desvencilhar-se da proteção familiar, representada pela modelagem da casa, porém sua ligação era mais