Análise do conto “Nós matamos o Cão-Tinhoso”
Disciplina optativa: Literatura Africana
Análise do conto “Nós matamos o Cão-Tinhoso”
O conto “Nós matamos o cão tinhoso” faz parte de um livro que é uma coletânea de sete contos que recebe o mesmo nome, foi publicado no ano de 1964, pelo escritor moçambicano Luís Bernardo Honwana e foi considerado um dos alicerces da narrativa moçambicana.
Durante a leitura do conto é necessário se remeter ao passado da realidade moçambicana para que se possa entender o que o autor deixa metaforizado durante sua obra literária, na realidade o conto também pode ser visto como na forma de um manifesto cultural, um protesto do que Moçambique sofria sendo colônia de Portugal.
Moçambique sofreu por muitos anos como colônia de exploração de Portugal, os portugueses se instalaram no país e num primeiro momento exploravam ouro e o mercado escravo, posteriormente despertaram interesse pela agricultura, o país na época era um grande produtor para exportação de algodão, sisal, caju e açúcar. Portugal dominava Moçambique de todas as formas impondo aos nativos até mesmo sua cultura.
Justamente no ano de publicação da obra se deu inicio a guerra pela libertação de Moçambique, o país não aguentava mais ser explorado e administrado por Portugal, o escritor Luís Bernardo Honwana era um dos homens que defendiam essa independência e fez da literatura através do seu único livro uma forma de demonstrar insatisfação e a necessidade de uma valoração nacional.
A obra revela a opinião pessoal do escritor em relação a Moçambique ele se utiliza da ficção para tentar atingir a realidade, seu desejo manifestado por mudanças em vários aspectos, brinca com os personagens do seu conto descrevendo situações para de alguma forma realçar um desejo de mudança nos seus compatriotas da época em que foi escrito o livro.
Embora o conto Nós Matamos o Cão Tinhoso tenha sido escrito em língua portuguesa, herança e imposição do colonizador o autor utiliza traços da cultura