Análise do conto "O menino quadradinho"
A efabulação tende a se iniciar de imediato, com o motivo principal ou com circunstâncias que levam diretamente à situação problemática. No caso do livro "O menino quadradinho", o garoto está na história em quadrinho, até que as palavras invadem a história, que deixa de ter figuras. A efabulaçação aqui inicia-se com circunstâncias que levam ao motivo principal.
A sequência narrativa nem sempre é linear; por vezes se fragmenta, entremeando experiências do passado com as do presente narrativo (inclusive com o uso do retrospecto ou flashback). No caso do livro analisado para esse trabalho a narrativa é linear, ocorre em ordem cronológica.
As personagens-tipos reaparecem (reis, fadas, princesas, bruxas...), mas geralmente através de uma perspectiva satírica e crítica. As personagens-caracteres tendem a ser substituídas por individualidades, cada qual bem distinta da outra. A grande novidade dessas "individualidades" é que não assumem a dimensão de superioridade, comum às personagens individuais do Romantismo em diante. Agora, via de regra, a personagem-individualidade se incorpora no grupo-personagem. O que predomina é a "patota", o "bando", a personagem-coletiva. Em "O menino quadradinho" há o garoto e as palavras, que são irreais, havendo o predomínio do "bando", que juntam-se várias palavras no decorrer da história, amigas do garoto.
A forma narrativa dominante é a do conto. Mas para a faixa infanto-juvenil (entre os 9/12) para a juvenil (a partir dos 13/14) multiplicaram-se as formas de romance e de novela. A forma narrativa de "O menino quadradinho" é o conto.
A voz narradora mostra-se cada vez mais familiar e consciente da presença do leitor. Seja em 1ª pessoa ou 3ª pessoa, a voz que narra mostra-se atenta ao seu leitor ou destinatário. No livro analisado a narrativa ocorre em 3ª pessoa.
O ato de contar faz-se cada vez mais presente e consciente, no corpo da narrativa. O