Análise do Capítulo X dos Artigos Federalistas (MADISON.)
Madison, no Número X, começa debatendo a promessa de uma União forte entre os Treze Estados que possa controlar o faccionismo, que aqui é entendido como "certo número de cidadãos, quer correspondam a uma maioria ou a uma minoria, unidos e movidos por algum impulso comum, de paixão ou de interesse, adverso aos interesses permanentes e coletivos da comunidade." Referente à forma de combate a essa prática, Madison logo discorre sobre a incoerência em tentar combatê-lo na fonte, nas suas causas, pois esse floresceria no ambiente da liberdade -- a qual não se questiona combater, pois "o remédio é pior que a doença"; e da diversidade de interesses que é fruto da diversidade de estamentos sociais, aqui ligados aos diferentes níveis de desenvolvimento de aptidões humanas no qual tem origem o Direito a Propriedade, e a proteção às diferentes capacidades de adquirir propriedade por cada indivíduo é dita como "finalidade primeira do governo". O autor ao naturalizar o faccionismo e suas causas tenta propor medidas de controle sobre os seus efeitos, dizendo que a democracia pura -- "uma sociedade formada por um pequeno número de cidadãos que se unem e administram pessoalmente o governo" -- não teria o remédio para se curar deste mal, visto que uma facção majoritária subjulgaria o interesse coletivo ou de uma minoria através do voto. Ele diz então que a república, "que defino como um governo em que está presente o esquema de representação", pela delegação do poder a uma assembléia filtraria os interesses coletivos dos individuais. Defende ainda a república sobre a democracia pura, pois a primeira conseguiria abranger um governo de grandes proporções e a escolha dos representantes levaria a eleger líderes mais esclarecidos, compromissados com o bem público e livres de preconceitos regionais. Na União ele vê a solução para o faccionismo e exemplifica dizendo que seria mais difícil, caso uma facção