Análise design cênico
Crítica: Quem tem medo de Virgínia woolf?, de Edward Allbee, é um clássico texto da história do teatro ocidental. A peça escrita em 1962 disseca em 140’ o rancor e as agressões de um casamento onde o ápice são os diálogos ferinos trocados entre os principais protagonistas , o casal de meia idade Martha e Jorge que estão neste relacionamento doentio há nada menos que duas décadas anos. Na trama Jorge é um professor amargo e complexo, que não conseguiu chegar ao topo de carreira e Marta a esposa frustrada pelo fracasso do marido é uma mulher rancorosa e debochada que vive insultando-o.
A ação se passa em uma noite na casa do casal mais velho. Após uma festa de confraternização para integrar novos professores, a toda poderosa Martha que é também filha do reitor da Universidade convida o recém-chegado casal Nick e Mel para um drink em sua casa. Ele um jovem e ambicioso professor de biologia, ela uma mulher de nível intelectual inferior ao marido, inicia-se assim uma longa noite de muitas revelações, ressentimentos, deboches e humor acido dos personagens , tudo isso regado a muitas doses de álcool e cigarros. Na montagem atual João Polessa Dantas conservou os diálogos da obra, Gringo Cardia conseguiu construir um cenário inventivo, aberto, que ambienta perfeitamente a desconstrução do casal, um palco giratório que surpreende a plateia no transcorrer do espetáculo. Antes mesmo dos atores entrarem em cena o espectador sente o tempo, o local e o caos.
A iluminação de Maneco Quinderé não surpreende. Não se nota grandes variações ou efeitos ao longo da peça. Victor Garcia Peralta conduziu harmonicamente os elementos da encenação. Na escolha do quarteto de atores é notada a integração entre os pares. Marcelo Pies mantem o figurino nos anos 60, vermelho, dourado, verde e caqui estão presentes nas roupas dos atores.
A estória é um drama bem construído que mostra personagens reconhecíveis, singulares e ao mesmo