ANÁLISE DE “O PRÍNCIPE” DE NICOLAU MAQUIAVEL
Abordar a temática da política é um grande desafio e também uma necessidade sempre nova. No contexto de tal temática encontraremos “livros clássicos que chegaram até nós trazendo consigo marcas das leituras que precederam a nossa e, atrás de si, os traços que deixaram na cultura ou nas culturas que atravessaram” (ENTRELIVROS, Entreclássicos, SP: Ediouro, nº 1, julho – 2006: 5).
Nos clássicos da política antiga ou da pólis grega podem-se destacar “A República” de Plãtão; “A Ética a Nocomâco” e “A Política” de Aristóteles. Platão encontrará na própria natureza humana a justificativa da sociedade e do Estado, pois para ele cada homem precisa do auxílio material e moral dos outros. Desta variedade de necessidades humanas origina-se a divisão do trabalho e, por consequência, a distinção em classes, em castas, que representam um desenvolvimento social e uma sistematização estável da divisão do trabalho no âmbito de um Estado. Segundo Platão, o estado ideal deveria ser dividido em classes sociais. Três são, pois, estas classes: dos magistrados (governantes), a militar, a econômica, as quais, no organismo do estado, corresponderiam respectivamente às almas: racional, irascível e concupiscível no organismo humano. Destas destacamos a dos governantes que guiados pela sabedoria dirigem a república. Com efeito, contemplam eles o mundo das ideias, conhecem a realidade das coisas, a ordem ideal do mundo e, por conseguinte, a ordem da sociedade humana, e estão, portanto, à altura de orientar racionalmente o homem e a sociedade para o fim verdadeiro. Tal atividade política constitui um dever para o filósofo, não, porém, o fim supremo, pois este fim supremo é unicamente a contemplação das ideias.
Através da “Ética a Nicômaco” e da “Política” de Aristóteles, temos uma visão de conjunto da situação existencial concreta do homem grego, com suas aspirações e limites. A “Ética”, por ordenar os atos da vontade, na consecução do fim último que é a felicidade através