Análise de O Desertor, de Silva Alvarenga
Em 1771, muda-se para Portugal, onde inicia o curso superior em Direito (antigo Cânones) na Universidade de Coimbra. Foi amigo dos poetas árcades Alvarenga Peixoto e Basílio da Gama. Foi ativo combatente da tradição escolástica dos jesuítas e da nobreza. Sua filiação à Arcádia Ultramarina pode ser constatada na folha de rosto de seu poema O Desertor (1774) no qual consta o nome Alcindo Palmireno, seu pseudônimo árcade:
O desertor
Poema herói-cômico por Manuel Inácio da Silva Alvarenga, na Arcádia Ultramarina
Alcindo Palmireno
(ALVARENGA, p.69)
Em 1777 regressa ao Brasil, onde exerce intensa atividade intelectual. O poeta era contra a tirania intelectual do clero; a favor da Revolução francesa e da autonomia e dignidade política da Colônia. Ficou preso por dois anos e oito meses(1794-1797) em função da denúncia de José Bernardo da Silveira Frade, que o acusou de “cultivar as ideias francesas”.
Silva Alvarenga se destaca como um dos mais importantes exemplos de homem letrado do período colonial brasileiro. Wilson Martins o destaca como o “primeiro, se não o único clássico, no sentido por assim dizer técnico da expressão”.1 Foi professor régio na Sociedade Literária do Rio de Janeiro lecionando Retórica e Poética. Sua atuação procurava impor o desenvolvimento das novas ideias e da literatura, livres das restrições e imposições religiosas combatidas pelo Marquês de Pombal.
O impulso que recebera na Europa pela reforma do ensino público operada no ano de 1772 pelo Marquês de Pombal [...] comunicou-se por