Análise de Vidas Secas
Vidas secas, um romance narrado em 3º pessoa, do grande mestre Graciliano Ramos, que retrata a vida de uma família sertaneja que vivem se mudando de região castigada pela seca. Os personagens Fabiano, sua esposa Sinhá Vitória, dois filhos, caracterizados pelo autor apenas como “menino mais novo" e "o menino mais velho", e a cachorra Baleia, a mais humana das personagens, contando com o papagaio que eles comeram por não haver comida por perto. Eles vivem uma vida, mesquinha e miserável. Fabiano um homem rude e sem instrução, não tem a capacidade de se comunicar bem e lamenta viver como um bicho, sem ter frequentado a escola. Ora reconhece-se como um homem e sente orgulho de viver perante as adversidades do nordeste, ora se reconhece como um animal. Sempre a procura de emprego, bebe muito e perde dinheiro no jogo. Sinhá Vitória é a esposa de Fabiano. Mulher cheia de fé e muito trabalhadora. Além de cuidar dos filhos e da casa, ajudava o marido em seu trabalho também. Esperta, sabia fazer contas e sempre avisava ao marido sobre os trapaceiros que tentavam tirar vantagem da falta de conhecimento de Fabiano. Sonhava com um futuro melhor para seus filhos e não se conformava com a miséria em que viviam. Seu sonho era ter uma cama de fita de couro para dormir. O filho mais novo admira a figura do pai vaqueiro, integrado à terra em que vivem. Já o mais velho não tem interesse nessa vida sofrida do sertão e quer descobrir o sentido das palavras, recorrendo mais à mãe. Baleia cadela que é tratada como membro da família. Pensa, sonha e age como se fosse gente é como disse antes, a mais humana das personagens, pequenina mais de grande coração. Nesse cenário de miséria e sem se darem muita conta do que acontecia a seu redor, viviam os dois meninos. O mais novo via na figura do pai um exemplo. Já o mais velho queria aprender sobre as palavras. Um dia ouviu a palavra "inferno" de alguém e ficou intrigado com seu significado.