Análise de Thomas Kuhn
KUHN, Thomas S. A estrutura das revoluções científicas. 10.ed.São Paulo: Perspectiva, 2011.
I. Introdução
“Invenções de novas teorias não são os únicos acontecimentos científicos que têm um impacto revolucionário sobre os especialistas do setor em que ocorrem. Os compromissos que governam a ciência normal especificam não apenas as espécies de entidade que o universo contém, mas também, implicitamente, aquelas que não contém.[...] Teoria e fato científicos não são categoricamente separáveis, exceto talvez no interior de uma única tradição na pratica científica normal. É por isso que uma descoberta inesperada não possui uma importância simplesmente fatual. O mundo do cientista é tanto qualitativamente quanto quantitativamente enriquecido pelas novidades fundamentais de fatos ou teorias.” (KUHN,2011. p.26) Na introdução da obra, Kuhn convida-nos a compreender a evolução da ciência através de um apanhado analítico dos impactos que grandes descobertas nesse ramo tiveram na vida em sociedade. Logo no início, acusa a historiografia científica de permanecer inerte em relação à compreensão popular acerca da ciência. Assim, o autor aponta a necessidade de se criar um novo modelo de sistematizar o avanço científico que deveria emergir da própria atividade de pesquisa, instituindo diretrizes metodológicas e abandonando a determinação arbitrária, de modo a reconstruir teorias precedentes e reavaliar os fatos anteriores, sem ignorar, no entanto, as impressões e superstições dos cientistas predecessores, ainda que repletas de erros, mantendo, portanto, a integridade histórica da ciência, fiel ao seu contexto de produção. Além de nos informar a respeito de seu propósito com o livro, Kuhn desperta de pronto o interesse do leitor ao explicar de forma concisa o conteúdo a ser abordado em cada capítulo, tecendo comentários que auxiliam na compreensão dos mesmos e que, desde já, seduzem e orientam o leitor audaz engajado em compreender a totalidade da