Análise de roteiro - across the universe (2007)
Arquétipos
Trata-se de um filme que se enquadra muito bem na maior parte dos arquétipos cinematográficos de Christopher Vogler tendo como nosso herói o protagonista Jude (Jim Sturgess), jovem estivador de Liverpool que abandona sua vida de trabalhador braçal e parte para os EUA. A princípio ele queria, sobretudo, conhecer seu pai (que engravidou e abandonou a mãe de Jude no período da II guerra mundial) e passar pouco tempo no novo país. No entanto, ao conhecer Max (Joe Anderson), jovem rebelde e descomprometido com os estudos, se encanta com o estilo de vida repleto de farras, bebidas e drogas. Encontramos em Max o arquétipo Vogleriano do mentor, pois ele ajuda a construir boa parte da personalidade de Jude, é ele quem apresenta ao protagonista o mundo das farras e festas nos EUA. Ao mesmo tempo encontramos em Max também o arquétipo do pícaro, pois quase todos os momentos de alívio cômico da trama há a participação dele, numa cena, inclusive, ele literalmente conta uma piada, sendo este arquétipo mais facilmente identificado em Max do que em seu primeiro arquétipo. Contudo, mesmo que o aspecto picaresco seja dado com maior contundência à personagem de Joe Anderson, outras personagens (quase todas, pensando bem) possuem seus momentos cômicos como quando Sadie (Dana Fuchs) afirma que os garotos parecem ser gente boa “mas podem ter matado a avó a marteladas”, ou quando Lucy (Evan Rachel-Wood) diz pra Max que “androginia lhe cairia bem”. Apenas em uma virada na história é que aparece o arquétipo chamado de arauto,