Análise de poemas de manuel bandeira: perspectiva pessimista da vida
Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho nasceu em 19 de abril de 1886 no Recife. Em 1890 sua família se muda para o Rio de Janeiro, mas em 1892 sua família volta para Recife, onde fica até 1896. Em 1902 se torna bacharel em Letras. Em 1904 adoece. Em tratamento de saúde, procurou a cura em Campanha (Minas Gerais), Teresópolis, Petrópolis (Rio de Janeiro), Maranguape, Uruquê e Quixeramobim (Ceará) e por fim viajou para o exterior, para Clavadel, na Suíça, onde teve como companheiro de sanatório o poeta Paul Éluard. Em 1917, de volta para o Rio de Janeiro, publica A Cinza das Horas, seu primeiro livro de poemas. Durante a efervescência das idéias modernistas, conhece alguns participantes do mesmo e com eles partilha alguns ideais. A partir de 1925 começa a escrever na imprensa. Em 1928 e 1929 vai ao Recife como fiscal de bancas examinadoras de preparatórios; em 1935 é nomeado inspetor de ensino secundário; em 1938 professor de Literatura Hispano-americanas na Faculdade Nacional de Filosofia, sendo aposentado em 1956. Em 1940 foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras. Sua posição na poesia brasileira é das mais importantes, sendo um dos pioneiros da poesia moderna e seu principal introdutor. Faleceu em 13 de outubro de 1968 no Rio de Janeiro.
APRESENTAÇÃO DOS POEMAS ANALISADOS
Desencanto
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
- Eu faço versos como quem morre.
Renúncia
Chora de manso e no íntimo... Procura
Curtir sem queixa o mal que te crucia:
O mundo é sem piedade e até riria
Da tua inconsolável amargura.
Só a dor enobrece e é grande e é