análise de poema barroco
ANÁLISE DA POESIA “A JESUS CRISTO NOSSO SENHOR ESTANDO O POETA PARA MORRER”, DE GREGÓRIO DE MATOS.
PLANALTINA-GOIÁS
2014
POESIA RELIGIOSA
"A JESUS CRISTO NOSSO SENHOR
ESTANDO O POETA PARA MORRER"
Meu Deus, que estais pendente em um madeiro,
Em cuja fé protesto de viver;
Em cuja santa lei hei de morrer,
Amoroso, constante, firme e inteiro:
Neste transe, por ser o derradeiro,
Pois vejo a minha vida anoitecer,
É, meu Jesus, a hora de se ver
A brandura de um pai, manso, cordeiro
Mui grande é vosso amor, e o meu delito:
Porém, por ter fim todo o pecar;
Mas não o vosso amor, que é infinito.
Esta razão me obriga a confiar
Que por mais que pequei, neste conflito
Espero em vosso amor de me salvar.
ANÁLISE:
Versos decassílabos:
Meu/ Deus/ que es/ tais/ pen/ den/ te em/ um/ ma/ dei/ RO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Predomina o conceptismo;
Contraste pecado X perdão, onde o eu lírico tenta convencer Deus de ser salvo, apesar de ter pecado.
Na primeira estrofe o eu lírico fica desesperado e percebe que a morte está perto de si, recorrendo então a Jesus e se lamentando, pois reconhece que é um pecador e será julgado quando morrer.
No segundo quarteto, já imagina que está perdendo seu sentido “...vejo a minha vida anoitecer”, e faz chantagens emocionais com Deus, tentando se salvar, pedindo que o acolha com a brandura de um pai e nessa hora ele espera a misericórdia de Deus.
Enquanto na 1ª estrofe há a relação entre pecado perdão, na última, ele espera se salvar, pois apesar de ter pecado, confia que Deus é misericordioso e vai atender o seu pedido.