Análise de "os bakuninistas em ação", de Friedrich Engels
January 6, 2014 § Leave a comment
INTRODUÇÃO
O anarquismo se destaca entre as teorias revolucionárias por ser, de todas, talvez a mais imediatista e, por isso, supostamente a mais correta em seus ideais. Seguramente o anarquismo, ao contrário do que alega a crítica da direita, não é (em seu projeto final) utópico e idealista. Pelo contrário, o anarquismo é científico e todo seu projeto é executável. O problema está em seu modus operandi, mas não de forma imediata – apenas quando sugere que uma revolução violenta e geral pode ser desdobrada de forma autônoma em todas as partes. O que quero dizer é que, em tempos pacíficos, o anarquismo é plenamente possível na defesa de alguns centros autogestionados, já que o Estado burguês não oferecerá, seja por qual motivo for, hostilidade direta à projeção bakunista. Porém, quando há nos ares a necessidade da insurreição imediata de todos os trabalhadores, isto é, quando a conjuntura federal (ou global) autoriza a execução de um processo revolucionário abrangente e puramente operário, ou seja, nos mesmos momentos em que o Estado burguês lança suas garras contra a autonomia dos povos, quando a burguesia arma seus exércitos e abusa de seu poder herdado para combater a justa rebelião dos trabalhadores, o anarquismo que, na teoria, deveria aí ser o fundador da moral revolucionária e unir os trabalhadores em luta, funciona apenas como vagos chavões de exaltação à revolução e, na realidade prática do combate direto, como motor de dispersão da classe trabalhadora, facilitando assim a repressão burguesa e tirando da classe operária a fé em um modelo revolucionário eficiente.
SOBRE REFORMISMO E “DITADURA DO PROLETARIADO”
Quando anarquistas se referem ao comunismo original, frequentemente usam as palavras: ditadura, repressão e fracasso. É interessante ver que, no seio de um movimento onde há a maior radicalidade nas revoluções sociais (das mulheres, pessoas negras, pessoas